sábado, junho 14, 2014

Os tugas precisam de uma sessão de terapia de grupo

Portugal gosta de quebrar recordes do Guiness com o maior cozido à Portuguesa do Mundo e outras inutilidades afins.
Mas sabem mesmo o que é que era útil? Quebrar o recorde do Guiness da maior sessão de terapia de grupo. Provavelmente, a dimensão desta sessão teria repecussões negativas na sua eficácia, mas lá que era útil, era!
A falta de auto-estima e complexo de inferioridade tuga é patológico. Sabem aquela pessoa de quem toda a gente gosta e é completamente consensual porque é demasiado tímido para contrariar os outros e é tão simpático que chega a ser servil? Essa pessoa representa o típico tuga perante os turistas estrangeiros.
Quando chegamos ao Algarve, parece que mudámos de país. Os cafés servem english breakfast, alguns quadros com a indicação da ementa só estão escritos em inglês, há jornais e revistas britânicos em todas as papelarias, os quartos de hotel só têm livros em inglês, toda a animação é direccionada ao turista britânico.
Paris é a cidade mais visitada do Mundo. Provavelmente a nacionalidade mais comum dos turistas é americana, mas não é por isso que os franceses falam inglês. Aliás, em muitos sítios, por mais turísticos que sejam, os funcionários só falam francês.
Em Itália, é bom que se desenrasquem em italiano ou linguagem gestual. Encontrar alguém que fale inglês é uma aventura. Não é por isso que deixa de ser um dos principais destinos turísticos na Europa...
E os espanhóis? Falar qualquer língua que não seja espanhol em Espanha, é uma garantia de mal-entendidos.
E, curiosamente, o turismo não se ressente por causa disso. E, se o Algarve mantivesse a sua identidade tuga, não perderia turismo. Os turistas vão para o Algarve porque as praias são fantásticas e é barato. E continuarão a ir mesmo que o Algarve deixe de ser uma colónia britânica estival. Aliás, já li críticas de turistas de outras nacionalidades (alemães e holandeses) a queixarem-se que está tudo demasiado direccionado para o turismo britânico.
Esta falta de auto-estima provinciana precisa urgentemente de um terapeuta. 
Receio que, sem uma boa dose de terapia, possa haver um suícidio colectivo do Português e toda a gente passe a falar exclusivamente inglês Mourinho!

sábado, junho 07, 2014

Zomato

Tenho um novo vício, o Zomato. É uma rede social para foodies. Damos classificações a restaurantes, tiramos fotografias à comida (sim, já podem parar de por fotos de comida no Facebook e no Instagram) e escrevemos críticas.
Cá para mim, aquela profissão ridícula de crítico gastronómico tem os dias contados. Onde é que já se viu ser pago para comer?!?!? E pior, ser pago para comer em bons restaurantes mas armado em esquisitinho e picuinhas? E depois, escrever a sua opinião como se fosse um cronista, mas com uma obsessão por comida... Simplesmente ridículo. Ninguém merece tanto sofrimento! É que os críticos gastronómicos não têm um sindicato nem uma Ordem dos críticos. Quem é que defende os seus interesses? Ser pago para comer envolve um risco de AVC altíssimo, colesterol elevado, problemas de fígado, excesso de peso... uma panóplia de problemas de saúde. Sim, ser crítico gastronómico é uma profissão de risco e não pode estar tão concentrada em tão poucos profissionais. O Zomato vem resolver isso.
Antevejo um futuro em que as estrelas Michelin são atribuídas com base no Zomato e no Trip Advisor!
Aproveito ainda para dizer que vou deixar de escrever sobre restaurantes no blog. Apesar de um dos posts mais lidos ser o da Pizaria do Avillez, o Zomato agora tem a minha exclusividade.

(Depois desta notícia bombástica, tinha alguma esperança de ouvir uma exclamação de desilusão mas, estranhamente nem oiço grilos...)